terça-feira, 28 de junho de 2011

Z

Janelas fechadas. Seu mundo particular não pode ser acessado sem sua permissão. Uma caneca jaz apoiada do lado esquerdo de seu notebook, a unica fonte de luz no recinto. Não faz diferença, já que seus olhos não focalizam nada já faz algumas horas. Estão direcionados para a tela sem motivo, enquanto apenas dois orgãos parecem trabalhar no seu corpo: Ouvido e cérebro. Talvez preferisse que o segundo não funcionasse, nunca mais. Se não pensasse, não teria problemas. Um outro órgão da sinal de vida e então uma lágrima surge do interior de seu olho, escorrendo como se estivesse em câmera lenta, até pingar em cima da tecla Z. É só então que ela desvia seus olhos da tela do notebook, mirando a tecla, a qual sua lágrima escolheu, e então um pensamento vem à tona em sua mente: Z. O fim. Seria melhor se fosse verdade, ou talvez não seria, quem é que sabe?

Deus!? Onde esta seu Deus? Durante todas as noites nas quais você agonizava em dor, uma dor pior do que a física, uma dor psicológica. Quando seu corpo todo tremia sem motivo. No momento em que seu coração disparava e você implorava para que aquilo tudo parasse. Naqueles tempos em que escorriam tantas lágrimas de seus olhos que as vezes parecia que os mesmos sangrariam. Você teve de ser forte sozinha, encontrar seu equilíbrio, encontrar uma saída. Talvez você tenha achado. Talvez não, mas isso não importa. O importante é que todos acreditem nisso. Afinal, o pior que pode acontecer é ter que conviver com isso até o seu último suspiro. Uma tortura não é tão ruim após algum tempo de dor. Fomos feitos para nos adaptarmos.
Que não tem solução ela já tem quase toda a certeza que poderia ter, mas o desespero é tanto que ela ainda tenta, em vão, se agarrar a alguma esperança de que é só uma fase, de que vai melhorar. Sempre melhora, afinal, não é mesmo?

Ás vezes ela se pergunta mentalmente o quanto ainda pode agentar? Quantas lágrimas mais ela tem? Será que os outros vão aguentá-la muito mais tempo? É melhor melhorar rápido, antes que seja tarde. É melhor se recuperar e arranjar um outro caminho. Seria isso possível? Teria ela feito por merecer? Qual o limite da sua força?
São tantos pensamentos... Por favor, Cérebro, exploda!

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